Brasiliana Iconográfica

Janeiro

A representação da América quando era grande e desconhecida

Nos primeiros séculos da colonização, os artistas europeus tiveram que se fiar em relatos e algumas poucas imagens produzidas pelos exploradores para elaborar representações que alimentavam a imaginação e a curiosidade sobre o Novo Mundo tanto de poderosos, como reis e a igreja, como dos homens comuns. Nos séculos XVI e XVII, artistas que nunca haviam saído da Europa produziram representações alegóricas da América e moldaram por muito tempo a percepção europeia sobre esse continente e sobre si mesma. Em comum, essas alegorias apresentavam uma mulher nua ou quase, vegetação e animais exóticos e cenas de rituais antropofágicos retirados de contexto.

A representação da América quando era grande e desconhecida


Os mistérios sobre o professor Nicolas Desmons

Pouco se sabe sobre a vida e a formação do artista francês Nicolas (Iluchar) Desmons (1803-1864) antes de sua chegada no Brasil em 1840. Ele ficou conhecido, como Iluchar Desmons, por seu álbum Panorama de la Ville de Rio de Janeiro, com 13 vistas da cidade, publicado pela Oficina Lemercier, da França, com gravuras desenhadas “a voo de pássaro” (do alto) e a partir da natureza, diferenciando-se de outros panoramas que naquela época já eram feitos a partir de daguerreótipos (fotografias). Em 1842, pouco depois de se instalar no Rio de Janeiro, o artista passou a oferecer aulas de desenho em seu ateliê e ensinou também em escolas até sua morte em 1864.

Os mistérios sobre o professor Nicolas Desmons


Dezembro

Carlos Linde, formador de profissionais gráficos no Brasil

O pintor alemão Carlos Linde começou com sucesso sua carreira no Brasil. Em 1859, ano em que chegou aqui, apresentou três trabalhos na Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro, recebeu a medalha de ouro, e criou, junto com os irmãos Henrique e Karl Fleiuss, a Fleiuss Irmãos & Linde, uma empresa particular de produção gráfica e plástica, que se tornou também um instituto de ensino de artes gráficas, onde o artista se dedicou a ensinar a técnica de xilogravura.

Carlos Linde, formador de profissionais gráficos no Brasil


Novembro

Ponta d'Areia, ascensão e queda de uma fábrica privilegiada

Até o final do século XVIII, havia poucas fábricas no Brasil e com a chegada da Corte portuguesa, em 1808, começou a crescer o número desses estabelecimentos. Entre as indústrias que vinham sendo criadas, tiveram destaque aquelas ligadas à fundição de metais, construção de navios e de máquinas para a agricultura e seus beneficiamentos. O Estabelecimento de Fundição e Máquinas da Ponta D'Areia, em Niterói, foi uma das maiores e mais bem-sucedidas fábricas desse tipo.
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Ponta d'Areia, ascensão e queda de uma fábrica privilegiada


Briggs, um artista dedicado à litografia

Frederico Guilherme Briggs começou a estudar pintura aos 13 anos na Academia Imperial de Belas Artes, em 1826. Filho de um comerciante inglês e de uma brasileira, ele se tornou menos conhecido como artista e mais como um importante ator no desenvolvimento da litografia no país. Ainda bem jovem, inaugurou sua primeira litografia, depois viajou para a Inglaterra e estagiou na oficina Day & Haghe, onde aperfeiçoou seus conhecimentos e publicou as quatro gravuras que compõem o Panorama of The City of Rio de Janeiro, the Capital of Brazil, que, segundo o historiador Gilberto Ferrez, “são das mais belas da iconografia carioca”. Pouco depois de voltar ao Brasil, o artista retomou sua empresa e publicou, entre 1840 e 1841, com seu antigo colega da Academia de Belas Artes, Joaquim Lopes de Barros Cabral Teive, uma série de 50 gravuras vendidas avulsas e depois encadernadas no álbum Costumes Brazileiros.

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Outubro

Maria Quitéria, a mais famosa entre as mulheres que lutaram pela independência

A baiana Maria Quitéria de Jesus conheceu a inglesa Maria Graham em agosto de 1823, quando foi ao Rio de Janeiro receber uma comenda de D. Pedro I, por sua atuação na guerra travada na Bahia contra os portugueses pela independência do Brasil. Maria Quitéria é conhecida como a primeira mulher brasileira a oficialmente integrar o exército e sua história já foi tema de diversos sambas enredo no Rio de Janeiro e de um trio elétrico na Bahia. Ela cortou os cabelos, vestiu as roupas do cunhado e ficou conhecida como soldado Medeiros, nas batalhas em que lutou.

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Algumas fazendas históricas do século XIX

As fazendas se impuseram na paisagem brasileira do século XIX e foram objeto de análise e ilustrações de muitos viajantes. Entre elas, a fazenda Pombal, parte da Colônia Leopoldina, na Bahia, a primeira fundada por alemães e suíços no Brasil, em 1818, e as fazendas de café no estado do Rio de Janeiro.

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Algumas fazendas históricas do século XIX


Setembro

O breve sucesso da obra que batizou a França Antártica

O frade franciscano André Thevet esteve no Brasil por apenas dez semanas, mas com suas anotações e presentes levados para seus mecenas conseguiu publicar, em 1557, o livro Les singularitez de la France Antarctique. A obra obteve um breve sucesso de público antes de ser contestada por seus contemporâneos, que questionavam a veracidade de suas informações, motivados, principalmente, por disputas religiosas.

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A Salvador despovoada de Ribeyrolles e Frond

Novas imagens da cidade de Salvador, na Bahia, entraram na Brasiliana Iconográfica com a inclusão de uma edição colorida das gravuras feitas a partir das fotografias de Victor Frond para o livro Brasil Pitoresco, escrito pelo jornalista Charles Ribeyrolles e publicado em 1861. As gravuras mostram principalmente uma cidade europeizada, com foco em edifícios que misturam a arquitetura barroca com a neoclássica, e bem poucos habitantes. Entretanto, no primeiro censo realizado no Brasil, em 1872, pouco mais de 20 anos depois que essas imagens foram produzidas, Salvador era a segunda maior cidade do Império em termos populacionais e perdia apenas para a então capital, o Rio de Janeiro

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A Salvador despovoada de Ribeyrolles e Frond


Impressões de um rio Madeira muito distante da seca

O rio Madeira enfrenta este ano a maior seca de sua história. Reservatório da maior diversidade de peixes da bacia amazônica e importante via de transporte na Região Norte do país, o Madeira está ameaçado por fatores como a crise climática, a agropecuária, o desmatamento, a mineração e as hidrelétricas. O engenheiro e desenhista alemão Franz Keller-Leuzinger iniciou, em 1867, uma expedição para estudar melhorias na navegação nesse rio e a possibilidade de construir em sua proximidade uma ferrovia para facilitaria o transporte de mercadorias como a borracha, o cacau e o tabaco, explorados naquela região e exportados para outros países. O rio que Keller-Leuzinger levou mais de um ano para percorrer, partindo de sua foz no Amazonas, não era o mesmo rio que vemos hoje nas fotos da seca.

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Impressões de um rio Madeira muito distante da seca


O projeto

Desde 2022, a BBM contribui para o enriquecimento da Brasiliana Iconográfica, plataforma virtual que disponibiliza, de forma gratuita, materiais de quatro acervos importantes: o da Biblioteca Nacional, do Instituto Moreira Salles, do Itaú Cultural e da Pinacoteca de São Paulo.

Para saber mais sobre essa parceria, acesse: BBM contribui para acervo do portal Brasiliana Iconográfica.