Na semana em que completará 99 anos, a trajetória do escritor será destacada com leitura de seus textos, doação de suas obras e lançamentos de livros
Publicado: 03/06/2024
Por Eliete Viana
No dia 12 de junho, das 18h30 às 20h30, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), promove uma homenagem ao escritor Dalton Trevisan, no Auditório István Jancsó, do Espaço Brasiliana.
No evento, que será realizado dois dias antes de Trevisan completar 99 anos de idade, em 14 de junho, a vida e a obra do escritor serão destacadas com leituras de seus textos.
As leituras serão feitas por: Alcides Villaça (escritor e professor), Amara Moira (escritora), Andréa del Fuego (escritora), Reinaldo Moraes (escritor), Rodrigo Lacerda (escritor), com mediação de Ana Lima Cecilio, curadora da 22a edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontecerá em outubro deste ano. E uma participação especial de Fabiana Faversani, representante literária de Dalton Trevisan e editora.
Doação e (re)lançamentos
A homenagem também será marcada pelo anúncio de uma importante doação de Trevisan à BBM, o lançamento de um livro de ensaios inéditos e o relançamento de algumas de suas obras.
Atualmente, a BBM tem 36 publicações do escritor em seu acervo, sendo algumas primeiras edições, lançadas entre 1940 a 1990, e que contém dedicatórias para amigos conhecidos no mundo literário e cultural, como Alfredo Bosi (1936-2021), professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O lançamento do livro digital Dalton Trevisan: Uma literatura nada exemplar é uma parceria entre a Tinta-da-China Brasil e o IEB, com organização dos professores Fernando Paixão e Hélio de Seixas Guimarães, respectivamente, do IEB e da FFLCH.
A publicação é fruto do Colóquio Dalton 90: Homenagem aos 90 Anos de Dalton Trevisan, que ocorreu há 9 anos, que também teve organização destes professores, promovido pelo IEB e pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da FFLCH.
Os ensaios são assinados por Michael Wood, Eliane Robert Moraes, Alcides Villaça, Bruno Zeni, Arnaldo Franco Júnior e Jorge H. Wolff, além dos organizadores. No livro há também um conto de André Sant’Anna e uma entrevista com Berta Waldman, a mais importante intérprete de Trevisan.
O livro pode ser baixado gratuitamente pelor esse link.
A Editora Record também vai relançar três obras do escritor, com apresentações atuais: Cemitério de elefantes, Macho não ganha flor e Contos eróticos.
“O evento tem o objetivo de para homenagear a trajetória de Dalton Trevisan, que é um dos grandes escritores da literatura brasileira”, destaca Guimarães, professor de Literatura Brasileira, vice-diretor da BBM e um dos organizadores do evento com o professor Paixão, o qual tem apoio da Editora Record e da Revista Quatro cinco um.
Autor premiado
O “Vampiro de Curitiba”, apelido que Dalton Trevisan herdou do seu mais conhecido personagem, que faz parte do livro de contos homônimo, lançado em 1965, marcou o último século da literatura brasileira. Seu estilo singular e sua recusa de qualquer moralização vem conquistando prêmios e admiradores nas últimas sete décadas.
Dalton Trevisan nasceu em 1925, em Curitiba, no Paraná. Durante sua adolescência, já manifestava propensão para a escrita: existem alguns registros de textos do autor publicados no jornal O Dia e na revista infantil Tico-Tico, por volta de 1938.
Estudou no Colégio Estadual do Paraná e graduou-se em direito pela Universidade Federal do Paraná durante a década de 40, quando trabalhou como editor da revista Joaquim (1946-1948), que fundou junto a dois colegas. Com 21 edições, a revista se caracterizou como uma produção modernista que abrigava ideais revolucionários dos jovens acerca de arte e cultura.
Nessa mesma época, o escritor, que costumava divulgar seus contos através de folhetos, lançou Sonata ao luar e Sete anos de pastor, em 1945 e 1948, respectivamente, sendo essas as duas primeiras obras atribuídas a ele. Entretanto, ambas foram renegadas por Trevisan, que reconhece como seu primeiro trabalho o título Novelas nada exemplares, publicado já em 1959 e o primeiro pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti, em 1960.
Posteriormente, o autor ganhou mais três Jabutis: em 1965, por Cemitério de Elefantes; em 1995, por Ah, É?; e, em 2011, por Desgracida. Além desses, em 2011, foi vencedor do Prêmio Machado de Assis e, em 2012, do Prêmio Camões.
Homenagem a Dalton Trevisan
Quando | 12/06, quarta-feira, das 18h30 às 20h30
Onde | Auditório István Jancsó, do Espaço Brasiliana, Rua da Biblioteca, 21 – Cidade Universitária, São Paulo
Quanto | Grátis e sem necessidade de agendamento prévio