Biblioteca Brasiliana da USP reflete sobre o seu papel em seminário

Por Eliete Viana

Em comemoração aos 10 anos de inauguração, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP vai realizar o Seminário BBM 10 anos: uma biblioteca viva, nos dias 16, 17 e 18 de maio, no Auditório István Jancsó, localizado no Espaço Brasiliana. O evento vai além de celebrar a Biblioteca e sua coleção de obras raras, formada durante oito décadas pelo acervo do casal Mindlin e de Rubens Borba de Moraes. O objetivo será divulgar as competências adquiridas, avaliar os resultados dos projetos e das parcerias desenvolvidas ao longo desta década, e pensar conjuntamente sobre o papel de uma biblioteca brasiliana na sociedade brasileira contemporânea. Segundo o diretor da BBM, Alexandre Macchione Saes, um dos intuitos do seminário também é reafirmar a importância da BBM como instituição pública nestes 10 anos e ressignificar o seu papel no futuro. “A ideia é pensar em produzir algo que faça a Biblioteca Brasiliana manter seu propósito de ser viva, não somente com seu papel de preservação de tão valiosa coleção, mas também cumprindo com o papel de curadoria do conhecimento acumulado, oferecendo projetos que estimulem a permanente reflexão sobre a memória e a cultura brasileira”, destaca Saes. O vice-diretor da instituição, Hélio de Seixas Guimarães, complementa ressaltando que a BBM ainda tem um potencial a ser descoberto em seu acervo. “Porque obras raras quando chegam ao ambiente da universidade passam a ser objeto de pesquisa e produção de conhecimento e podem se transformar em muito conteúdo”.

Debates

Durante os três dias de seminário, os seguintes temas serão abordados nas mesas: bibliofilia e colecionismo; a conservação de um acervo bibliográfico; os desafios das bibliotecas digitais de obras raras; as brasilianas ao redor do mundo; o futuro das brasilianas; pesquisa com obras raras na BBM; as publicações da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin; e Brasil nos acervos, os acervos no Brasil. Os participantes das mesas temáticas são professores da USP e gestores de outras instituições brasileiras e do exterior, tanto de ensino quanto das áreas de bibliotecas e Ciência da Informação; de cultura ou de conservação de acervos, como, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a Associação Brasileira de Encadernação e Restauro (ABER), a Biblioteca Nacional, a Biblioteca Mário de Andrade e o Instituto Moreira Salles. E, no último dia do seminário, 18 de maio, às 19h, será realizada uma cerimônia de celebração dos 10 anos da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin com a presença do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti; da vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda; da pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite; do diretor da BBM, Alexandre Macchione Saes; dos representantes da família Mindlin: Rodrigo Mindlin e Betty Mindlin; e dos representantes do Conselho Deliberativo da BBM: Jacques Marcovitch (reitor da USP, 1997-2001) e Nina Ranieri (professora da Faculdade de Direito da USP).

As atividades são gratuitas e abertas ao público em geral, mas devido à capacidade do Auditório István Jancsó é necessário realizar inscrição prévia pelo link disponível no site do evento, onde também pode ser conferida a programação completa do seminário: https://doity.com.br/seminario-bbm-10-anos Serão emitidos certificados de participação aos inscritos que registrarem presença no dia do evento.

Os 10 anos da BBM

As comemorações da primeira década de inauguração da Brasiliana começaram em março quando a BBM Publicações – o braço editorial da biblioteca – lançou no dia 23 de março dois livros sobre o Modernismo no Brasil: Semana de vinte e dois: Olhares críticos, organizado por Marcos Antonio de Moraes, e Releituras do modernismo: O legado de 1922 na cultura brasileira, com organização de Ivan Marques, ambos são resultados do Projeto 3×22 da Biblioteca.

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) foi inaugurada no ano de 2013. Mas a sua história na USP começou antes. O processo teve início em 2005, com a doação feita pela família Mindlin à Universidade. A pedra fundamental do prédio, com lançamento realizado em dezembro de 2006, contou com a presença do então Ministro da Cultura, Gilberto Gil.

A transferência do acervo de obras raras do âmbito privado para o espaço de uma universidade pública exigiu a construção de infraestrutura adequada para acomodar toda essa coleção e deu origem ao espaço Brasiliana, que passou a abrigar, além da BBM, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e a Editora da USP (Edusp) também. Implicou ainda o estabelecimento de protocolos de conservação, catalogação, digitalização e consulta do material.

A coleção doada, que tem cerca de 32 mil títulos e 60 mil exemplares, forma um conjunto que revela vários interesses: literatura, história, manuscritos, relatos de viagem, livros científicos, tipografia, livros de artista, periódicos e iconografia. Parte deste acervo está disponível ao público de forma gratuita e universal com a digitalização de 3.372 documentos, muitos deles raríssimos, entre livros, periódicos, imagens e mapas. Esses materiais podem ser acessados 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer lugar do mundo. Em média, são cerca de 1,5 milhão de acessos por ano, que atingiram um pico no ano de 2020, quando foram registradas quase 3 milhões de consultas à Biblioteca Digital e aos projetos virtuais da BBM:  https://digital.bbm.usp.br/.

Além da biblioteca digital, outros projetos digitais são desenvolvidos na instituição com intuito de aproximar o grande público dos recortes temáticos do acervo da biblioteca, tais como as exposições virtuais sobre Machado de Assis

(https://machadodeassis.bbm.usp.br/) e Monteiro Lobato (http://ameninacentenaria.bbm.usp.br/), e o projeto Atlas dos viajantes no Brasil (https://viajantes.bbm.usp.br/), que transplantou para um mapa interativo do país alguns trajetos e descrições de notórios viajantes que percorreram o Brasil em diferentes períodos.

Finalmente, segundo o desejo de José Mindlin de “inocular o vírus da leitura”, a BBM tem buscado se conectar com as novas gerações, seja por meio de recursos didáticos em torno das datas de 1822-1922-2022, no portal 3x22 (https://3x22.bbm.usp.br/), como também com as aulas oferecidas sobre os livros da Fuvest no projeto BBM no vestibular.

Seminário BBM 10 anos: uma biblioteca viva 

Quando |

16/05: 14h, 16h30 e 19h

17/05: 10h, 14h e 16h30

18/05: 14h, 16h30 e 19h

Onde |

Auditório István Jancsó - Espaço Brasiliana 

Rua da Biblioteca, 21 – Cidade Universitária, campus Butantã - São Paulo

Quanto |

Grátis 

Inscrição e Programação |

https://doity.com.br/seminario-bbm-10-anos