Curso da BBM sobre centros de memória teve participantes das 5 regiões do Brasil

Cerca de metade eram do estado de São Paulo e a outra parte de 11 estados do País, vinculados a instituições públicas e privadas, sendo a maioria de órgãos de universidades públicas, mas também de hospitais e escritórios de advocacia Publicado: 21/12/2023 | Texto: Eliete Viana

Terminou no dia 11 de dezembro a 4ª edição do curso de extensão gratuito Centros de Memória: Fundamentos e perspectivas, promovido pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP.

Este curso tem o objetivo de proporcionar uma visão teórico-prática da função estratégica que os centros de memória podem desempenhar no âmbito de instituições públicas e privadas. Sendo assim, o público-alvo das 60 vagas oferecidas foram as pessoas graduadas que trabalham em arquivos, bibliotecas, centros de documentação, museus e entidades similares. Entre os participantes desta edição, muitos eram responsáveis pela gestão dessas instituições.

As aulas começaram em 4 de setembro e foram realizadas às segundas-feiras, de forma on-line, das 15h às 17h30, em aulas síncronas (em tempo real).

12 estados

Cerca de metade dos participantes eram do estado de São Paulo – capital, grande São Paulo e interior – e a outra parte de outros lugares do Brasil. Pois, o curso ser ministrado de forma on-line possibilita a participação de pessoas fora da cidade de São Paulo, onde está localizada a BBM.

Nesta edição, tiveram representantes de todas as regiões do Brasil, de 12 estados diferentes: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Os participantes eram vinculados a diversas instituições públicas e privadas, sendo a maioria de órgãos de universidades públicas, mas também tinham aqueles ligados a hospitais e escritórios de advocacia, por exemplo.

Uma das participantes foi Ana Maria Batista Soares, formada em Ciências Econômicas e que atua na Superintendência do Patrimônio da União no Rio de Janeiro (SPU-MG). Ela conta que o interesse pelo curso surgiu no momento que o seu órgão passou a olhar “o potencial informacional inédito do nosso acervo documental” e a necessidade de criar o Centro de Memória da Secretaria do Patrimônio da União e destaca como o conteúdo aprendido será inserido no seu trabalho.

“Todo conteúdo será fundamental na construção do memóriaSPU, subsidiando-me na retórica e narrativas para que não haja mais nenhuma dúvida quanto à necessidade de institucionalizar o Centro de Memória”, [projeto do acervo documental]”, afirma Ana Maria, que é líder do Projeto Acervo Documental - SPU-RJ, desde o ano de 2003.

Criação do curso

Entre os conteúdos abordados nas 14 aulas estavam o tratamento dos acervos, a história oral, montagem de exposições e ação educativa; a formulação de projetos culturais e a captação de recursos; o papel do pesquisador no centro de memória; a conservação preventiva dos documentos em suporte convencional; o desafio da preservação digital e segurança de dados; e uma política de implantação de centros de memória.

O corpo docente do curso foi composto por 11 professores de algumas Unidades/Órgãos/Museus da USP e de outras instituições, como a Universidade Federal do ABC (UFABC), Arquivo Nacional e Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cultura, por exemplo. E teve o apoio da Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP), Associação Brasileira de Memória Empresarial (ABME) e do Serviço Social do Comércio - Administração Regional do Estado de São Paulo (SESC-SP).

Silvana Goulart, que é a coordenadora do curso, graduada e mestre em História pela USP, relembra como surgiu a ideia de criá-lo.

“A professora Ana Maria [de Almeida Camargo, falecida em 24 de setembro deste ano, que lecionava no curso de História da USP] estava próxima da BBM pois coordenava a descrição de documentos de arquivo pertencentes ao acervo da Biblioteca, que era realizado por estudantes da universidade. Ela conhecia Guita e José Mindlin pois também era bibliófila e havia trabalhado com Rubens Borba de Moraes, que tem parte de sua biblioteca agregada à da família Mindlin. Apresentamos a ideia ao diretor anterior [Carlos Alberto de Moura Ribeiro Zeron, também docente da História da USP] que a acolheu como uma atividade de interesse. A ideia inicial seria realizar o curso presencialmente, o que foi inviabilizado pela pandemia de Covid-19”, conta Silvana, que também é uma das responsáveis pela Grifo Projetos Históricos e Editoriais.

As inscrições para a próxima edição do curso serão divulgadas no segundo semestre de 2024.